Takashi Wakamatsu – traducteur du texte français de Jean-Christophe Goddard, Brésilien, noir et crasseux – tente ici un essai poétique, ou peut-être une poésie qui essaye. Dans un style baroque qui mélange expressions populaires, personnages de l’imaginaire poétique et citations littéraires, il nous fait partager son expérience linguistique en tant que traducteur venu d’Amazonie en résidence à Arles. En effet, Takashi, ou plutôt Karai Mirim (son nom guarani) nous régale d’un hommage aux langues et au langage, où la traduction s’affirme comme transcréation.
Vinicius Gonçalves Carneiro
Título
O atê tricanarinho-sangue o sete abriu. (será que isso marcha em tuguêspor acaso?) Às favas caros considerados! Afinal os truques não são milicos. Mas e se ninguém entender um a? Ou pior, se o menino não coisar a bicha? Tadinho… É mesmo, vou dar uma avaselinada de léve, afinal qualquer chia diante do parto dum abacaxí com corôa e tudo, que aliás, teria de ser batido no lidiquificador pro coitado chiar francolusitanamente com mais propriedade. A musa diverte-se mais que pinto na bosta. A crosta esfolada deste negão xexelento, pior, brasileiro, pior, tradutor, melhor, em Arles, pólis anciã mediterrâneo-C ont I nenT a L. Faz bem certinho como a paixão, introduz as línguas umas nas outras, translada o que impalpável nos identifica, ajuda a recriar o ñeengatu universal, a palavra encantada, cantada pelos anjos e compreendida nos quatro cantos do mundo apesar dele ser quadradamente redondo. Que tudo aquilo de bem dito role, voe, soe, viole, obra Proteu, como a saliva dos amantes, de língua em língua, o desejo pingando, de língua pra língua.
Com amor tão violento quebra-se até Cama de Pedra e só a Terra Aguenta a copula selvagem, LiTerAtura, mulecagem é isso, nóves fóra zéro(quantos cópos?). O boto vermelho, não posso dizer que num é rosa nem aqui nem na China poraquê afinal de contas aqui… (fuéfuéfué, esses grandes exploradores!) Já que custou tanto pro pobre do bôto, onde já se viu abaitolar assim nosso quão ilustre galã de beira de barranco e porta de padaria. Há rosas melhores a se reinventarem, joões alguéns, contadores de causos, aumentadores de pontos, mentiras sagradas, na teralópole da linguagem, flanando pelas avenidas das frases, lambendo as vitrines das palavras, chutando as letras do caminho e do balde de vez em quando, roubando cada pedrinha de é-dificios femonemais, demolindo pra reconstruir noutro canto a réplica fiel (Aroma artificial idêntico ao natural, dize ou reza a bula, não estou bem certo, precisa fazer uma reunião), noutro mesmo encanto avepalavroado com outras argamassas, d’outras águas, da-vida, o tradutor, arlequim sempre pierrando columbinamente, vende com seu tempo o corpo tagarela da cachola, tipo puta, pra re-co-criar livres reco-recos verbais, a gente se vinga botando chifre naqueles que amamos, ou não, tem das quenguinas que dão chave de cocha em velho brocha não que pela bufunfa e por mais que esses achões se achem, nesse emprenhar-se e parir-se, nesse embrenhar-se o Curupira fecha o mato, a jibóia faz visagem (cá prestas bandas é a Larelai a hipopotizar) e no círculo que se perde volta-se sempre pro mesmo lugar, mas já outro. E vê se cuida, não esquece o purguento pra boi de piranha e a lazarina, que tem canguçu pintando o sete, em que abriu o rubr’auriverde tricarlino; até…
// Les traducteurs
Takashi Wakamatsu est agriculteur et écrivain. Il est né en 1976 à São José dos Campos, dans la région de São Paulo. Mi-brésilien, mi-japonais, il arrête ses études à 17 ans pour partir travailler au Japon durant un an et demi. De retour au Brésil, il voyagera beaucoup, puis décidera de vivre en Amazonie. Depuis 7 ans maintenant, il y partage son temps entre la terre, les livres et l’écriture.
Afin de lire dans le texte les auteurs qu’il aimait, il s’est mis à apprendre le français à l’Alliance Française à la fin des années 1990. En 2007, il fait son premier voyage en France et la parcourt presque entièrement à vélo. Il a toujours traduit quelques fragments, quelques poèmes, mais fin 2014, un éditeur de la maison Cultura e Barbárie lui propose de traduire du français vers le brésilien ce texte assez étonnant et encore intraduit : Brésilien, noir et crasseux de Jean-Cristophe Goddard. C’est ce projet qu’il a choisi de présenter pour l’atelier français // portugais de la Fabrique des Traducteurs. Après la parution de ce premier livre programmée pour le mois de septembre, d’autres projets de traduction sont prévus pour la même maison d’édition.
Vinicius Gonçalves Carneiro est né à Porto Alegre en 1982, il est titulaire d’un master en Littérature française et lusophone à l’Université fédérale de Rio Grande do Sul (2011) et d’un doctorat en Théorie littéraire à l’Université pontificale catholique de Rio Grande do Sul (2015). Dans le cadre de sa thèse qui portait sur l’Oulipo et sur l’œuvre de Georges Perec, il a traduit quelques chapitres de La Disparition, à partir de la notion de « traduction comme critique » de Haroldo de Campos. Il a au cours de ses études séjourné à plusieurs reprises à l’étranger, notamment en France et en Angleterre. Il fait partie du groupe d’études en littérature brésilienne contemporaine de l’université de Brasília. Après avoir travaillé dans l’enseignement et dans la traduction d’articles de sciences humaines, il a décidé de se consacrer à la traduction littéraire. Il traduit actuellement le roman d’Alfred Jarry, Gestes et opinions du docteur Faustroll, pataphysicien, inédit en portugais, à paraître en novembre 2015.